segunda-feira, 7 de março de 2011

Mitocrítica

O Aleph Null (imagem de goofbutton)
Para a Professora Maria Zaira Turchi, a "mitrocrítica quer se constituir num método de crítica que seja uma síntese construtiva entre as diversas críticas literárias e artísticas, antigas e novas, que, muitas vezes, se enfrentam de modo estéril (Durand, 1992, p.341). Assim, persegue o ser mesmo da obra, mediante o confronto do universo mítico que forma a compreensão do leitor com o universo mítico que emerge da leitura de uma obra determinada. O centro de gravidade do método situa-se, pois, na confluência entre o que se lê e aquele que lê". Ainda de acordo com Turchi, "metodologicamente, a abordagem da obra pode-se dar em três tempos que decompõem os estratos mitêmicos. Em primeiro lugar, os mitemas, menor unidade do discurso miticamente significativo, articulam-se segundo os temas, incluindo os motivos redundantes que constituem as sincronicidades míticas da obra. Em segundo lugar, examinam-se as situações e as combinatórias de situações dos personagens e cenários. Finalmente, promove-se a localização das distintas lições do mito e as correlações entre uma ligação de um mito com outros mitos de uma época ou de um espaço cultural bem determinado", Maria Zaira Turchi, Literatura e antropologia do imaginário, p.41-42.

Nesse caso e no momento de fragilidade em que se encontram minhas leituras e em que vive minha ansiedade, estou querendo propor uma análise que extrapole o mito, que vá além dele para buscar as informações necessárias nas estruturas, conscientes ou inconscientes, que criam o mito e que depois se revelam nas narrativas. Creio que os mitos já preenchem um vazio humano e estou interessado nesse vazio, que, preenchido pelo mito, alimenta tanto produtores quanto consumidores de narrativas.

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