sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Graças

Tive que retirar todo esse belo pelo de Höffen: ele está pela metade


De
Graças
- em
Graças -
vou vivendo, de promessas em promessas.
___
Imagens e texto: Gilson

terça-feira, 24 de setembro de 2013

pecado original





A cigarra anuncia a chuva ainda longe...
Meu primo João não esperou:
ateou fogo na casa, ou melhor, escreveu um livro.
“Matou” o pai uma vez só,
mas o fez em oito línguas diferentes.

Joseph K. não cometeu crime algum,
mas comia maçã quando foi preso.
Eram também maçãs que o pai
atirava em Gregor Sanza...
Crimes, pais e maçãs.

A solidão é apenas e tão somente
um banco no meio da praça,
esperando
por alguém.

Imagem: "Solidão", Fabiana Pazzini.
Texto: Gilson.

no giro, na dicção de Carmem Miranda

Toda revolução sai mesmo é da casa p(m)aterna. O inovador, no fundo, é o grande tradicionalista. Será preciso sempre, para algo novo, a volta à terra natal, em busca de forças, da energia ancestral. Estou sempre dentro dos livros, mas isso é pouco. Meu rio Tijuco, minha Vila Platina... Vitor Cunha escreveu-me outro dia: "Incrível como essas imagens de sua terra se parecem com as do meu Minho". Na casa natal a gente apenas pode se aprofundar. Se subimos escadas, é apenas para lembrar que devemos voltar. O espaço da casa natal é um convite à profundidade, aquela mesma profundidade que assusta a criança que estende o braço em direção à lua e não consegue alcançá-la imediatamente. 

Ponte Velha sobre o Rio Tijuco


Texto: Gilson.
Imagem: http://tidemaia.wordpress.com/author/tidemaia/

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

virando página



Expressão da totalidade é prerrogativa do silêncio, guardião das emoções até que sejam verbalizadas. O nada que toma forma e depois discurso ou narrativa ou mito é, de fato, a revelação de que é a palavra que faz a inscrição do Homem no tempo, reino do efêmero. Mnemósine permite que os Aedos ouçam a música de Orfeu; depois, pobres poetas lutam a vida toda pelo impossível: reconciliar a palavra com a expressão da eternidade, lugar do silêncio.

Três:

1 - Este sumiço devo à necessidade de finalização, depósito e defesa da dissertação, que ocorreu em 20 de setembro;
2 - Como dizia meu primo João: "Passarinho na muda não canta" e
3 - Este espaço foi criado com o objetivo de me acompanhar nas pegadas que deixava pelo caminho do mestrado, que encerrei na última sexta-feira, em dia de lua cheia.

Agora, meio tonto e cansado ainda, já não sei o destino deste espaço imaginário, pelo qual tanto carinho aprendi a ter, especialmente pelo respeito e carinho com que ele é tratado por seus ilustres visitantes.










Texto e imagem: Gilson.