domingo, 20 de outubro de 2013

duzentos e vinte volts

Meu oiti floresceu em agosto: por pouco não via.


Na roça,
luz natural.
Principalmente sombra.

Na cidade,
muitos oitis e cegueira.
Principalmente: nem sabem da sombra.



terça-feira, 15 de outubro de 2013

primaveras



A noite encurta,
o sol seca quase tudo,
a chuva demora chegar...

O dia se alonga,
a lua é a mesma,
o céu desenha-se assim...

Nem parece.

---
Texto e imagem: Gilson.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Dona Marita

Mulher que,
da filha,
pedi a mão e ofereci meu destino.
Minha saudade.
São 13 fotos de hoje à tarde.

















Texto e imagens: Gilson.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Fio






Num fio de linha suspenso,
pairando dentro do ar, o beija-flor ao longe
negro, negro contra este céu azul bonito.

Abismos colossais ignorados
pelo vivente que nem tem notícias da cor:
para o filho do vento tudo é transparência.

Precipícios são vividos com a leveza
do ar, verde – ouro desconhecido – todos.

Num desses abismos
dorme hoje a esperança.

___

Imagem: João Clemente: http://olhares.uol.com.br.
Texto: Gilson.


sábado, 5 de outubro de 2013

a realidade do sonho

Chega, às vezes, a ser engraçado. Duas semanas se passaram desde que defendi a dissertação e, apesar de muito provocado e estimulado a continuar os estudos no doutorado, o que venho sentindo mesmo é vontade de revisitar os lugares, digo, os espaços vividos durante a caminhada que encerrei em 20 de setembro.

Apenas duas ou três vezes estive envolvido com o projeto dos estudos futuros. Quase todo tempo estou me lembrando das leituras que fiz, dos lugares físicos e imaginários que visitei. Nas vozes em que acreditei, nas estradas percorridas, nos rios atravessados, nas montanhas contempladas.

Meu choro com terra nas mãos na Serra dos Cristais; meu choro como barro e água de chuva nos olhos na Serra das Araras.

Que me perdoem aqueles que me consideram saudosista, mas não posso viver amanhã. Vivo hoje! E agora eu só posso ser tudo que fui. Ainda sou aquele menino que perguntava sobre a respiração das máquinas; o tamanho do céu; a intensidade do verde; o fim das águas...

Sei, também, como Mark Twain, que um dia só vou me lembrar das coisas que nunca aconteceram. 

Antiga estação do trem em Cordisburgo-MG

Museu-Casa de João Guimarães Rosa em Cordisburgo-MG

Pirenópolis-GO

Conceição da Barra em Salvador-BA

Amanhecendo em João Pinheiro-MG

Pelourinho

Congonhas-MG

Ouro  Preto-MG

Congonhas-MG

Texto e imagens: Gilson.