terça-feira, 1 de março de 2011

A Fenomenologia I - Husserl

Edmund Gustav Albrecht Husserl (imaggem de fumersdepipe.net)

Cumprindo: na restauração das articulações filosóficas de Platão, Heiddeger e outros, Edmund Husserl, argumenta na defesa de que a verdade científica não pode se deixar aprisionar pela aparência empírica das coisas como se apresentam no mundo. Para Husserl, isso seria afirmar o cambiante, coisificar o instável. A ciência deveria então se preocupar com o objeto, mas o objeto percebido pelo sujeito, eliminando variações da mesma coisa para se chegar ao que é invariável nas diversas formas com que um objeto se apresenta ao observador. A fenomenologia de Husserl coloca em suspensão a tradição da lógica aristotélica, talvez preservando apenas Descartes, propondo que o objeto de estudo seja aquilo que resulta do que é apreendido pelo sentido de uma pessoa, em relação com as emanações do objeto. Assim, o objeto passa a ser um objeto da consciência, deixando de ter importância o objeto "real", vale dizer, em seu aspecto físico, como se apresenta aos sentidos. A realidade passa a ser a experiência do homem com a percepção dos objetos, criando objetos ideais, ou imaginados. Somente esses objetos imaginados teriam existência imediata. Não sendo assim, os objetos ganham significados mediados sucessivamente, pelas observações de suas várias formas, sob os vários pontos de vista, em aproximações mediatas e relativas, não interessantes à ciência e sua preocupação com a verdade apodítica. Está claro que essas são anotações muito preliminares sobre a perspectiva de Edmund Husserl para o conhecimento científico. Algo poderia se dizer aqui, ainda que rapidamente, sobre a  "noesis" (ato de perceber), o "noema" (a coisa como fenômeno da consciência, o objeto ideal, o objeto da percepção), entre outros conceitos. Sem dizer que não mencionamos nada sobre a questão da intencionalidade, chave no pensamento de Husserl, e da questão do "outro", aqui visto como objeto observável, mas que o estudioso queria transcendente: o próprio ser como fenômeno. Essa ideia será cara também a Sartre (motivo do próximo cometário). Está claro que muitas leituras ainda terão que ser feitas, mas para dizer a verdade, o que mais me agrada é o fato de "colocar em parênteses", "suspender", toda a lógica racionalisata, empirista, toda a tradição aristotélica, meu cavalo de batalha, meu moinho de vento.

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