sábado, 13 de abril de 2013

Vila Boa de Goiás



A Cidade de Goiás (ou simplesmente Goiás) foi a primeira capital do Estado de Goiás. Nasceu com o nome de Arraial de Sant´Anna, em 1727, fundada pelo bandeirante paulista Bartolomeu Bueno da Silva, o Filho, e foi uma das últimas grandes fontes do ouro para a Coroa Portuguesa no Brasil. Em 1736 tornou-se vila administrativa, com o nome de Vila Boa de Goyaz. O nome “Goyaz” deriva do grupo étnico dos indígenas Guayazes, muito antigos habitantes da região e hoje absolutamente extintos. Esse povo também é mencionado como “goyazes”, “goiases”, “guayazes”, “guaiás”, “guoyá”, “goyá” ou “goiá”. Origem aceita, afinal, muito mais por facilidade ou preguiça, que por severos estudos acadêmicos.

Igreja de Nossa Senhora Aparecida

Casario

Catedral de Santana (ainda inacabada)

Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte

Palácio Conde dos Arcos e Catedral de Santana

Chafariz de Cauda

Fundos do Chafariz

Larga da antiga Casa de Câmara (hoje, Museus das Bandeiras)

A Cruz do Anhanguera (Bartolomeu Bueno da Silva, o Filho)

Casa Velha da Ponte (Casa em que morou Cora Coralina)

Casa de Cora (hoje, Museu Casa de Cora Coralina)

Casa de Cora (detalhe)

Torre da Igreja de Nossa Senhora do Rosário




Igreja de Nossa Senhora do Rosário (1733)

Vista do Centro Histórico a partir da Igreja de Santa Bárbara





Com a criação da Capitania de Goiás, em 1748, iniciou-se um período que, até 1785, daria a configuração do sítio histórico, bastante conservado até hoje e que, em 2001, recebeu da UNESCO o título de patrimônio histórico e cultural da humanidade. Com a decadência do ouro, a vila entra em declínio, com seus moradores abandonando-a ou se dedicando à agropecuária. Esse processo culminará, na década de 30 do século XX, com a mudança da capital do Estado para Goiânia, no projeto de “modernização” desenvolvido pelo Estado Novo de Getúlio Vargas. Foi seu interventor em Goiás, Pedro Ludovico Teixeira, o responsável pela construção da nova capital e pela mudança administrativa. Também é decorrente de uma parte de discurso de Pedro Ludovico o nome pelo qual também é conhecida a cidade: “Goiás Velho”. Ludovico, para convencer os moradores das vantagens de Goiânia, argumentou que ela representava o novo e que Vila Boa seria conhecida historicamente como o “Goiás Velho”.


Texto e imagens: Gilson. 



terça-feira, 9 de abril de 2013

janelas e portas

Para o amigo Vitor Cunha.









Mas estes versos não cantei pra ninguém ouvir, não valesse a pena. Nem eles me deram refrigério. Acho que porque eu mesmo tinha inventado o inteiro deles. A virtude que tivessem de ter, deu de se recolher de novo em mim, a modo que o truso dum gado mal saído, que em sustos se revolta para o curral, e na estreitez da porteira embola e rela. Sentimento que não espairo; pois eu mesmo nem acerto com o mote disso - o que queria e o que não queria, estória sem final. O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza! Só assim de repente, na horinha em que se quer, de propósito - por coragem. Será? Era o que eu às vezes achava. Ao clarear do dia".

João Guimarães Rosa, em Grande sertão: veredas, p.333-334. 

 Imagens: Gilson. 


 

domingo, 7 de abril de 2013

passagens




A menina, nos fundos da casa,
entre dispersa e saudosa, cantava ainda assim.
Alegremente, olhando para as janelas e portas da velha construção:
somos feitos de poros.
Há poros pequeninos, poros mínimos;
há poros maiores ou menores e
existem poros enormes.
A vida passa pela gente é mesmo por esses vazios.


Texto e imagem: Gilson.