Riobaldo está de volta à caverna. No “bem-bão
do ranje-rede”, no repouso do Fazendão, porém, algo de sua guerra, da sua luta
contra o tempo ainda permanece nele, com a mesma marca de sempre: a neblina. O
sertão volta a ele pela memória ou ele mesmo não consegue finalizar a
travessia, consciente de que foi e é “um menino do destino”. Por toda parte se
vê Riobaldo em tentativas de compreender os ciclos da natureza, aos quais o seu
(dele) tempo deve se ajustar. Os espaços percorridos por Riobaldo devem ser
desvendados pela prosa espalhada na travessia dos chapadões e das veredas, mas
também pela verticalidade dos butitis e dos rios imemoriais. Riobaldo é um rio
de memória, cujo fim só se pode vislumbrar no mar, esse desconhecido da gente
do sertão. Desconhecido? O mar é o que falta, o que já não é. Rio que se sumiu.
É para lá que deve ir, de qualquer forma, a semente do buriti, a árvore da
vida, para repousar, morrer, e voltar em subvertidas formas.
Embora goste muito de escrever e falar sobre as relações humanas nada me causa mais prazer do que encontrar outros tipos de 'canetas ou teclados' com o doce uso das palavras na medida e tempo certo de causar belas impressões em quem os lê.
ResponderExcluirObrigada.
Maria Marçal - Porto Alegre - RS
Você me assusta com esses "doce uso das palavras", "medidas certas...". Meus textos são muito atrapalhados. Muito mais aqui, espaço criado para marcar meus passos no mestrado em literatura. O que eu consigo ver, sinceramente, é um caos impossível de ler. Mas sua opinião me comove, motiva, redime e salva.
ExcluirAbraços.
Gilson.
Gilson...Escrevi
ResponderExcluirhttp://maturidadedivagando.blogspot.com.br/2012/05/conversando-com-um-estranho.html
Muito obrigada, Maria Marçal
Fui lá, li e comentei.
ExcluirAbraço.
Gilson.