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(Do velho
Camilo) :
Ninguém sabe
o que eu vi hoje,
debaixo de
um alecrim :
duas pombinhas
chorando
por um amor
que não tem fim.
O bicho que
tem no mato
O melhor é
pássaro-preto
Todo vestido
de luto,
Assim mesmo
satisfeito.
O bicho que
tem no campo
o melhor é
sariema,
que parece
com as meninas
Roxeando as
cor morena.
O fogo
quando se apaga,
na cinza deixa
o calor;
o amor
quando se apaga,
no coração
deixa a dor.
Aí vem um
rapazinho
Calça preta
remendada.
É bestagem,
rapazinho,
Que aqui não
arranja nada.
Minha cabeça
tá doendo,
Meu corpo
doença tem.
Quem curar
minha cabeça
cura meu
corpo também.
Em cima
daquela serra,
passa boi,
passa boiada.
Também passa
a moreninha
do cabelo
cacheado”
(Camilo José
dos Santos, 80 anos, para fora. Tinha uns 8 ou 10 anos, por ocasião da alforria
do cativeiro. Nasceu no Riacho do Machado e acabou de criar em Inconfidência).
. . . . . .
. . . . . . . . . . . . . ."
NOTAS DA VIAGEM DE 1952.
Em A boiada, de João Guimarães Rosa. Nova Fronteira, 2011, p.40-41. (Ilustrações: Paulo Mendes da Rocha).
A Semana Roseana em Cordisburgo-MG neste ano, de 24 a 30 de junho, terá como tema justamente os 60 anos da realização da viagem de 1952, quando JGR acompanhou vaqueiros que levavam uma boiada.
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