Alguém aqui conhece Zé Bebelo? Pois devia de. Sujeito azuretado no comum. Ruim maltrapo ficava se não estava nesse estado. Nunca vi maior velocidade de ideia. Era só o soflagrante: vap! – para ele o que importância pudesse ter. Não havia tempo para pensar, tudo tinha já de estar pensado e repensado, apenas necessário o revirar noutras formas. Medo? O nenhum. Entrava na briga de dois brabos até topar com as pontas das facas dos dois, empurrando com o peito, forçando o beliscar do aço – chamando os valentes de amigos. “Amigos, é paz, amigos: o inimigo é outro...” No chão tudo já estava.
Respostas era o que ele
tinha de melhor, juntamente com os projetos. Tudo desenhado na mente,
sem unzinho pingo de dúvida, hesitação a nenhuma, nenhuma. Podia
se pensar que estivesse em muitos lugares diferentes, na urdidura dos
planos da movimentação. Não dormia, parece, precipitado zureta
concluindo já o desfecho muito no final, no último. Seu nome
completo inteiro, escorreito e legal, era José Rebelo Adro Antunes e
queria acabar com os jagunços, governar o sertão e, depois ser
político, deputado, digo. “Teve e não teve sorte: raposa que
demorou”.
Água (ou aquarela a partir
de): Grande
sertão: veredas,
de João Guimarães Rosa.
Fonte da imagem:
http://literaturas.sites.uol.com.br/probras4.htm
http://literaturas.sites.uol.com.br/probras4.htm
Gostei do texto e da imagem.
ResponderExcluirGilson, muito obrigada pelo comentário.
A sua casa está diferente, não está?
Os livros que a decoram aquecem a alma e são decerto o reflexo dos textos que partilha.
Bom fim de semana!
Abraço.
Ana, abraço.
ExcluirNão tenho competência para fazer o espaço ficar como imagino, por isso vou aplicando esses modelos pré-moldados disponíveis. Os livros, por ora, estão a me ameaçar e gostei de vê-lo aí, com essa cara fria do peso da ameaça. Não devia ser assim, mas, no meio de uma dissertação de mestrado, o somente ouvir o nome de um livro já é um sobressalto. Se não o li, então...
Deixei lá na sua janela meus desejos de ótimo final de semana.
Gilson.