Bueno, ha
llegado el momento.
Meu texto
não pode mais ser como eu gostaria que fosse. Terá, doravante, que adotar a sintaxe acadêmica,
que sempre repudiei. Essa minha postura de repúdio me veio desde muy temprano, como
se tivesse representado para mim o estudo de anatomia, pelo qual jamais tive
o menor interesse. Nem mesmo se me falassem de uma anatomia da alma. São coisas
que não devem ser feitas, fora de seu campo próprio. Dissecar corpos ou almas equivale a profanações. Texto
é espaço sagrado, como sagrada é a fonte comum da linguagem e do mito.
Por isso
também não quis ser periodista, ser que deve desaparecer não para que o texto
apareça, pois que este também deve desaparecer para o “fato” apareça. A pois:
que me importa o fato... Não há fatos, mas formas de mostrar ou contar supostos
acontecimentos. Um texto é algo que se interpõe, necessariamente – é bom que se
diga – entre as supostas coisas e o que elas significam para uma pessoa. Sem se
esquecer jamais de que o que essa pessoa é, não é mais que uma possibilidade
dada pelo imaginário que a acompanhou enquanto viu, ouviu, sentiu e escreveu na
vida.
Está claro
que não separo o escritor do texto que ele produziu. São, na verdade, uma mesma
entidade, que se revela em fragmentos. O grande escritor será o seu estilo, o
seu texto, definidor, inclusive, de seu caráter. Segurando-me pelo braço, minha
orientadora, olhando-me com olhinhos firmes, exige de mim: “Não perca seu texto,
escreva para a academia, mas defenda-se, mesmo de mim, o caráter do seu texto”. Palavras difíceis de entender. Uma escola de
arte, posto que de Literatura, querendo que seus alunos produzam textos iguais aos
que são redigidos na biologia. Método, forma e função. Quando me pedirem
modelos econométricos, aí então desisto.
Por hora,
continuarei tentando, na certeza – minha – de que pouco mais, talvez, pudesse
mesmo fazer, além de não profanar.
Crédito da imagem: www.fotoplus.com.
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