segunda-feira, 2 de julho de 2012

Folga e cansaço


Como é possível um cansaço tão grande que, mesmo ganhando duas semanas de folga do trabalho, eu não tenha ânimo para viajar e só pense em dormir? Fiz as contas e acho que posso dormir dois dias e depois pegar a estrada por mais uns três ou quatro dias... Se a consciência pesar, volto. Tenho prazos a cumprir com o programa de mestrado, mas preciso de sono e de vento na cara. Outros lugares. Eu sei, eu sei: estou sem o meu lugar e não adianta mudar de lugar, deslocar-me... O que me falta continuará faltando não importa aonde eu vá. Mas eu preciso. Penso que já é uma grande vantagem não ter que ir à mesa do escritório por estes dias. O relógio derrete, pelo menos para este aspecto da vida. Estrada, logo. Destino? Nenhum, claro. De novo.

13 comentários:

  1. Tens razão! Por vezes, o cansaço é tamanho que não se tem vontade de nada, mesmo tendo oportunidade. Gostei!
    Um abraço e até mais!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, meu caro J.R., bom recebê-lo, sempre motivo de muita honra.
      Hoje ouvi de um amigo: "Gilson, você está 'fadigado'!". Acho que é isto: fadiga do material (parece que é um termo técnico das engenharias).
      Receba um grande abraço e até mais, com certeza.
      Gilson.

      Excluir
  2. Amigo, el traductor en esta ocasión no me ha ayudado mucho a entender la idea de tu texto, pero creo que se mueve en la idea de un descanso necesario...

    (Linda fotografía lo acompaña).

    Te dejo un abrazo grande.



    http://verbal-maritza.blogspot.com/

    http://expresiongraficayverbal.blogspot.com/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amiga Maritza, nuestras lenguas hermanas nos ayundan en este punto. No es más que esto que dices.
      Yo no tengo equipamento bueno, ni tecnica ni arte, pero la fotografia es de una región muy bonita (Norte de Minas Gerais, bien cercana de la frontera con Bahia).
      Muchas gracias por tu visita y comentário tan amable.
      Saludos.
      Gilson.

      Excluir
  3. Sabe que me sinto assim às vezes? Com um sono sem fim e um cansaço maior do que o mundo ... Mas descobri que quando me entrego a "esses males" fico ainda pior. Por isso, para mim o melhor caminho é reagir fazendo coisas que me despertam o ânimo.
    Viajar é sempre bom. Agora mesmo já penso num destino para daqui uns quinze dias ir ao encontro. São tantos os caminhos que gostaria de tomar, que até me perco na escolha. rsrsrs
    Aproveite bastante a sua folga! Afinal, a vida continua. Temos que seguir em frente apesar das pedras que encontramos no caminho.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Era um pouco melhor há uns três anos. Eu conseguia, meio arrastado mas conseguia, esperar janeiro. Agora quase não consigo esperar julho. Mas isso muda em 2013, ah, se não muda!! Já vai começar a mudar em setembro ou outubro, se Deus quiser.

      Obrigado, Anabela, por deixar aqui palavras tão maduras e generosas.
      Receba um grande abraço.
      Gilson.

      Excluir
  4. Li atentamente o texto e os comentários. A gente lê-os sempre, não é?

    Há dois tipos de fadiga - a físico e a existencial. Se uma se remedeia com horas de sono, a outra só com a própria vida, o querer e o tempo. Eu sei que, muitas vezes, nós vivemos na aparência de vivermos;queremos sem muita convicção e olhamos o tempo como um relógio que está parado, naquela precisa hora em que o deixámos parar.

    Mas à nossa frente, por mais que o ignoremos,há sempre um caminho, que Alguém nos traçou e que, como heróis da Tragédia Grega, teremos que percorrer.

    Descansa um pouco, física e espiritualmente, Gilson! Retemperado, qualquer pedregulho será apenas uma areia.

    Um grande beijo

    Laura

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Laura, querida, reparei agora a ausência de resposta ao seu comentário. Que vergonha!!

      Digo, porém, que o respondi ontem e (aí começam as incertezas) acreditava tê-lo publicado. Olhando agora, não o vi e passo imediatamente a responder.

      Primeiro, obrigado por sua visita e por seu comentário, sempre atento e gentil. Li atentamente suas palavras e vim pra mim, pra Minas, para a minha Minas Gerais, justamente tentanto cumprir as orientações que você anotou.

      Obrigado mais uma vez, Laura.
      Receba um grande abraço.
      Gilson.

      Excluir
  5. Há uma hora certa,
    no meio da noite, uma hora morta,
    em que a água dorme.
    Todas as águas dormem:
    no rio, na lagoa,
    no açude, no brejão, nos olhos d`água,
    nos grotões fundos.
    E quem ficar acordado,
    na barranca, a noite inteira,
    há de ouvir a cachoeira
    parar a queda e o choro,
    que a água foi dormir...

    Águas claras, barrentas, sonolentas,
    todas vão cochilar.
    Dormem gotas, caudais, seivas das plantas,
    fios brancos, torrentes.
    O orvalho sonha
    nas placas da folhagem.
    E adormece até a água fervida,
    nos copos de cabeceira dos agonizantes...

    Mas nem todas dormem, nessa hora
    de torpor líquido e inocente.
    Muitos hão de estar vigiando,
    e chorando, a noite toda,
    porque a água dos olhos
    nunca tem sono...

    (João Guimarães Rosa)



    Beijo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Margoh, eu anotei essas mesmas palavras aqui mesmo, não me lembro mais em que canto está. Obrigado por recuperá-las para mim. Pela visita...
      Grande abraço, desde Pirapora-MG.
      Gilson.
      PS.: Não compreendi a questão do retorno. Eu procuro sempre responder a todos os comentários. São o que há de melhor neste espaço. Não minhas respostas, é claro, digo dos comentários, eles mesmos. Então, creio, bastaria voltar à postagem. Não?!

      Excluir
  6. Desejo que consigas descansar o suficiente e decerto logo, logo, terás ânimo para viajar.
    Mas tal como o Gilson eu quando estou muito cansada tbm só penso em dormir (de manhã), é psicológico, acho! Pelo menos, os primeiros dias, eu só penso aproveitar para pôr o sono em dia, mas eu tbm ando sempre "a tombar" de sono!
    Fez-me esta entrada pensar nas minhas férias, daqui a menos de 1 mês :)))

    Um abraço amigo.
    Paula

    ResponderExcluir
  7. Citando Fernando Pessoa:
    "Pedras no caminho? Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo..."

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caí na estrada logo cedo, Paula. Fiz fotos, mas esqueci aquele fio que as faz passar para o computador (cabo usb? Isso).
      Obrigado pelas palavras tão gentis. Obrigado por lembrar Pessoa. Vou dormir longe - no mesmo lugar, é claro -, mas distante geograficamente de onde normalmente durmo.
      Um abraço amigo.
      Gilson.

      Excluir