domingo, 1 de julho de 2012

Caminhada para Trindade

Por mais de duas décadas faço esta caminhada e caminhei sozinho em meio à multidão esta noite, pelo terceiro ano consecutivo. A ausência dela, no entanto, foi o tempo todo mais significativa que a minha presença. Parecia que era eu o ausente.







Chopo y torre.

Sombra viva
y sombra eterna.

Sombra de verdes voces
y sombra exenta.

Frente a frente piedra y viento,
sombra y piedra.

FEDERICO GARCÍA LORCA,
1925.

16 comentários:

  1. Ausentes de nós mesmos mas sempre acompanhados...nunca esqueças isso...

    Um abeçoado fim de semana
    Bj
    BShell

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    1. BShell, não me esqueço nunca!!
      Obrigado pela visita, que honra muito este humilde espaço.
      Uma abençoada semana para si e todos a quem quer bem.
      Bj.
      Gilson.

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  2. .

    .

    . 100 mais palavras .

    .

    . curvo.me e saio . rendido .

    .

    . um forte abraço .

    .

    .

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    1. Eu não pronunciei nem mesmo uma pelo percurso.
      Também não há palavras para dizer da satisfação pela visita tão honrosa, que enche de satisfação este espaço.
      Abraço.
      Gilson.

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  3. Este texto me retorna ao passeio da coruja, ave de hábitos noturnos, que tudo vê do seu refúgio solitário e, quando não pia, é sinal que teremos um bom dia. A coruja não é ave ausente, antes desperta para a noite. Um abraço, Yayá.

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    1. Bela lembrança, Yayá.
      A coruja é uma criatura muito mal compreendida ou mal interpretada.
      Um abraço e boa semana.
      Gilson.

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  4. Eis-me
    Tendo-me despido de todos os meus mantos
    Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
    Para ficar sozinha ante o silêncio
    Ante o silêncio e o esplendor da tua face

    Mas tu és de todos os ausentes o ausente
    Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
    O meu coração desce as escadas do tempo em que não moras
    E o teu encontro
    São planícies e planícies de silêncio

    Escura é a noite
    Escura e transparente
    Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
    E eu não habito os jardins do teu silêncio
    Porque tu és de todos os ausentes o ausente

    Sophia Andresen


    Beijo

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    1. Margoh,
      você me permite acreditar que tem este humilde espaço em alta conta. Anotar aqui neste comentário Sophia Andresen foi demais. Por pouco não me põe a chorar. Obrigado.
      Tenho uma colega que estuda no seu doutorado justamente Deus, na obra de Sophia Andresen.
      Um grande momento este que você me proporciona viver.
      Um abraço e ótima semana.
      Gilson.

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  5. Buenas tardes Gilson, todo un placer entrar a tú blog y encontrarme nada más y nada menos que a Garcia Lorca, todo un referente en la literatura española. Gracias por compartirlo...
    Saludos desde Esapaña, Pilar.

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    1. Holla, Pilar, gracias por tu siempre honorable vista.
      Me gusta muchísimo la vinculación de Lorca con la tierra onde nació, Fuente Vaqueros/Granada y las tradicciones del pueblo. La obra de Lorca, a pesar de su erudicción, está direccionada al pueblo (bastaria "La Barraca" para esto, cuando llevada a personas que habitaban sitios rurales, textos clásicos del teatro). Las obras teatrales "Bodas de sangue", "Yerma" y "La casa de Bernarda Alba" son tragedias rurales. Los temas me agradan mucho y me quedo contento que usted tengas gustado.
      Gracias.
      Saludos desde el interior de Brasil.
      Gilson.

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  6. Quando o eu e o outro se confundem e a ausência de um é a ausência dos dois, há a Trindade (Santíssima) que nos assinala as pegadas, nos ampara os passos...nos ilumina o caminho.

    Beijo

    Laura

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    1. Oi, Laura, obrigado por ter vindo.
      Um dia, um meu tio me disse que eu tinha muita sorte, pois havia encontrado, praticamente no mesmo, Deus e o Amor. Deus, ele mesmo, e o Amor na figura de minha amada para a vida inteira e que, há um ano e meio, já não compartilho da companhia.
      Nós também pensávamos assim, conforme sua visão: havia ela, havia eu e havia um terceiro, formado pelo que éramos nós dois juntos. Esse espírito do sentimento da unidade ainda me anima, de esperança plena e amparo divino.
      Beijo, Laura.
      Abraços e ótima semana.
      Gilson.

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  7. Na verdade, a sua alma não estava sozinha... e como disse bem a sua amiga Laura, a Trindade Santíssima esteve o tempo contigo.

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    1. Olá, Anabela.
      Você tem toda razão. Hoje creio que é por isso, apenas, que me mantenho no caminho. Sempre com muita fé e com esperança no reencontro. Assim como pensam os mineiros antigos (e eu sou um deles), ama-se uma única vez na vida. Para sempre.
      Sua presença aqui é motivo de uma alegria possível.
      Abraços e ótima semana.
      Gilson.

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  8. Hola Gilson, gracias por compartir las fotos y el poema. ¡Un abrazo!

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    1. Hola, Sonia, gracias por tu visita, siempre un honor.
      Abrazo!!
      Gilson.

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