domingo, 15 de janeiro de 2012

Flores na janela

Cordisburgo é mesmo um "só quase lugar" mas é muito mais que algo que alegra a vista: é onde um mundo nasceu, de casas com flores nas janelas e silêncios que deixam ouvir o fundo da terra.
Vista do quintal da Casa de JGR: era tudo terra
 
A Capela de São José
As flores na janela fazem lembrar, também, a "vista alegre" vivida pelo Padre João Antônio em 1883.

6 comentários:

  1. que lugar lindo!

    essa casa me lembrou uma história
    q li....engraçado isso, qdo li nao
    conseguia imaginar a casa e de repente
    qdo bati os olhos a lembrança ficou nitida.

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    1. É por isso que eu pelo sempre pra você desconfiar de seus olhos. A gente só "vê" o que conhece. Conhece intimamente. É preciso que uma imagem esteja associada ao conhecimento. É claro que a imaginação está envolvida nisso, mas esse espaço se chama "imaginário" porque se refere ao que eu estudo, uma linha teórica chamada Crítica do Imaginário. O Imaginário é o conjunto de todas as imagens produzidas pelo Homem em sua vida na Terra, e que estão, ora mais ora menos, em todos os seres individualmente falando, mas também nos coletivos.

      O pensamento imaginário é pré-socrático, destruído por Platão/Aristóteles. Os pré-Socráticos estavam interessados na vida, nas transformações pelas quais a vida passava; a partir de Platão é que começa esse interesse pela "verdade".

      Observe que Nietzsche vai perguntar: "Por que e para quê a verdade?" Só agora, talvez a partir da segunda metade do Séc. XX, Nietzche começa a ser compreendido. É preciso desistir da suposta suficiência da Razão. O Homem não é só isso e ainda há algo para além do Homem. O que muita gente chama erroneamente de "Super-Homem de Nietzsche é, na verdade, esse "além do homem", que o filósofo não diz o que é, apenas reconhece como sendo uma superação de si, em si impossível, talvez. O que ficaria seria o reconhecimento da insuficiência humana, já pressentida pela mitologia dos pré-socráticos.

      Você talvez seja uma sonhadora de casas, de abrigos...
      Abraços.
      Gilson.

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  2. tua narrativa veio para responder o q comentei a pouco, em outra
    postagem, o q senti em voce, "o além do homem".

    sabe, é isso q gosto em voce.


    eu tenho um sonho, que voce será o primeiro a saber...

    quero me juntar a pessoas certas para fundar uma casa

    ja imagino até o nome : Segundo Sol , onde a prioridade
    seria com meninas...ensina-las a valorizar o proprio corpo,
    o sentido real da feminilidade e tudo aquilo q a midia insiste
    em "esculhambar" ...resgatar a essencia divina.
    dentro de mim tenho tudo tão claro...

    talvez vc esteja certo...talvez eu realmente seja uma sonhadora de casas, de abrigos....

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    1. Vamos lá, Margoh:
      a)Sou homem somente, nada mais e, como diria Riobaldo: "homem para mulheres". Tá bom, neste intante que escrevo, para uma mulher;
      b)Não tenho nada de "super-homem", nem do "Übermensch" ("para além do homem") de Nietszche, que apenas concebo, teoricamente bem situado;
      c)É bom que você tenha sonhos e me honra contando-os a mim, em primeira mão;
      d)Começo a me preocupar quando você diz que "tem tudo claro". Nada pode ser "totalmente claro", exceto o ideal, que, só é ideal porque é inatingível; Deus é ideal, mas para vê-Lo será preciso morrer (pelo menos uma vez);
      e)Quando me referi a "sonhadores de casa", me referia ao texto de Bachelard, "A poética do espaço" (conhece?), que recomendo a todo mundo, pela beleza que é. Cito um trecho:
      "Quando se sonha com a casa natal, na extrema profundeza do devaneio, participa-se desse calor inicial, dessa matéria bem temperada do paraíso material. É nesse ambiente que vivem os seres protetores. Voltaremos a abordar a maternidade da casa. Por enquanto, gostaríamos de indicar a plenitude original do ser da casa. Nossos devaneios nos conduzem a isso. E o poeta bem sabe que a casa mantém a infância imíovel 'em seus braços'".

      Quanto ao mais, estou aqui.
      Abraços.
      Gilson.

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  3. ...sim senhor........eu entendi tudo q disse
    antes e agora......nem quis entrar em minha casa
    natal (visualizo muito o sótão) e não estou
    ainda preparada pra areja-lo.......devaneio
    entao com ideais coletivos

    (sou lisa que nem quiabo)


    ufaaaaaa ainda bem que é um homem somente...dois
    de voce seria demais pra minha cabeça


    rindo aqui..............

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    1. Rindo muito aqui também.......................
      Margoh, Margoh, desculpa, Margoh. É ignorância minha. No cuidado que tenho com esses termos, fico com medo de que as pessoas se ofendam. Quando digo que alguém é um sonhador de casas, a maioria das pessoas pulam para trás e dizem "eu não!!! seu besta!!". E eu estava elogiando.

      Desculpa, não precisava ter tanto cuidado com você, agora eu sei.

      Continuo rindo muito aqui (quase que não acredito): "ainda bem que é só um......". Já ouvi isso antes................

      Mas, olha, Margoh, a Senhora (estou devolvendo o tratamento [e rindo]) também não é fácil. Ágil, livre, inteligente, leve e cortante, "lisa que nem quiabo"... Se estou conseguindo (e acho que não estou) é porque gosto.

      Abraço.
      Gilson.

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