sábado, 7 de janeiro de 2012

Tiradentes, Minas Gerais II

Tiradentes me fez lembrar o sentimento que tive ao chegar a Itacaré-BA, nessa mesma época, ano passado, depois de rodar por quase todo o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha. A minha impressão foi a de que aquela cidade pensava que era Búzios. Outra maneira de dizer isso é lembrar o que acontece com essas duplas sertanejas depois que aparecem no Faustão: o cachê de 100 reais passa para 10 mil. Pousadinha simples, ano passado, em Itacaré, cobrava diária de 400 reais. Claro que não fiquei lá nem duas horas. Tiradentes segue um pouco essa linha globalizante, digo, de efeito global, digo, de efeito Rede Globo. Comecei a reclamar dos preços, tudo muito caro, água mineral, por exemplo. É certo que meu dinheiro é contado e raro, mas tenho a mínima noção do valor das coisas. Até que alguém me trouxe a seguinte explicação: um chefão da Globo (a pessoa me disse o nome, que não vou anotar aqui) comprou uma casa em Tiradentes e vinha sempre pra cá, trazendo sempre  muitos amigos. Agora aqui está cheio de artistas. Eu mesmo vi um grupo deles, com pessoas bastante conhecidas e que não vou dizer os nomes. E os preços... É o caso de Búzios, que tinha ainda o acréscimo dos pesos argentinos, quando os argentinos tinham pesos nos bolsos. As coisas por lá agora estão bem mais difíceis. Estou vendo que vou sair de Tiradentes apenas com memória, fotografias... Nem um ímã de geladeira seguirá comigo. Pena. Devo, para o bem da verdade, registrar que a qualidade dos produtos (de artesanato, pintura, escultura) são de excelente e exuberbante qualidade. O problema é que a presença de gente com dinheiro no bolso faz o preço da canequinha "lembrança de Tiradentes-MG" custar 20 reais.

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