segunda-feira, 4 de junho de 2012

Minha cidade submersa


De minha cidade submersa,
ainda tenho todas as ruas,
todas as casas, todas as árvores.

De minha cidade submersa,
fantástico universo de infância,
ainda tenho todas as conversas.

Minha cidade submersa
não é um espaço que o tempo comeu,
feito Cronos a devorar seus filhos.

Na minha cidade submersa,
por força da minha vontade,
– por minha vontade – Zeus sobreviveu.


8 comentários:

  1. Me encanta sua cidade submersa. Beijo.

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    1. Me agrada que tenha gostado, Carolina. Eu não anoto meus sonhos, mas eu sei que é lá que ela está.
      Obrigado pela visita e comentário.
      Fica com Deus.
      Gilson.

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  2. Gilson, tus poemas son de una gran belleza y un profundo sentido.
    Estos versos nos conducen a ese paraíso perdido donde habitan, ciudades, historias, vivencias, sueños...sumergidos. Y que pueblan la memoria y la nostalgia.
    Abraços. Boa semana

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    1. Es muy gererosa, Felicidad. Gracias por su atención a palabras tan simples, venidas de Usted, una autoridad!!. Yo sé que no debia decir "todo", "todas", pero lo digo, una vez que yo lo quiero: no tengo miedo del Tiempo ni de mi inconsciente. Por eso digo "todo": fuerza de mi voluntad de caminar, incluso en las sombras.
      Muchas gracias, Felicidad.
      Abraços. Boa semana pra ti também.
      Gilson.

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  3. Todos temos a nossa cidade submersa. Muitas vezes, pelo menos a minha, emerge para respirar à revelia de Cronos. Então, sempre que isso acontece, vejo toda uma paisagem - feliz e verde, triste e sombria. Vejo o mar e as ondas ou as folhas a rolarem esparsas. Sinto, e a emoção apodera-se de quem sou.

    Zeus, impávido ou compassivo, permite-me ainda isso.

    Gostei de aqui ter chegado!

    Beijo

    Laura

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    1. Muito mais gostei eu, Laura, que aqui tenha chegado. Obrigado por ter vindo, pelo comentário atento e rico. Duas irmãs moram na casa do Espírito. Apenas não aceito que a Razão se proclame a dona da casa, e nem que trate sua irmã, a Imaginação, como louca. Louco é quem continua agindo (e pensando) da mesma forma, mesmo afirmando que "Aonde quer que eu vá, descubro que um poeta esteve lá antes de mim".
      Seja muito bem-vinda, Laura, a este humilde espaço imaginário.
      Abraços.
      Gilson.

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  4. Sua entrada conduz-me até à “minha cidade submersa” que não deixo que o tempo nem as águas tratem de submergir.

    um abraço de amizade.
    Paula

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    1. Que bom que assim é para você também, Paula. Tento pensar numa psicologia das profundezes, não em uma psicologia "gigolô de angústias". Como é que podem querer submergir o que é, por natureza, do fundo? A função fantástica da imaginação consiste, acredito, justamente, nisto: garantir nossa esperança essencial de sobreviver ao tempo.
      Receba um grande abraço.
      Gilson.

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