“Montante, o mais supro, mais sério – foi Medeiro
Vaz. (...) Medeiro Vaz, em lugares assim, fora de guerra, prazer dele era
dormir com camisolão e barrete; antes de se deitar, ajoelhava e rezava o terço.
(...) Medeiro Vaz, nunca perdia guerreiro. Medeiro Vaz era homem sobre o
sisudo, nos usos formado, não gastava as palavras. Nunca relatava antes o
projeto que tivesse, que marchas se ia amanhecer para dar. Também, tudo nele
decidia a confiança de obediência. Ossoso, com a nuca enorme, cabeçona meia
baixa, ele era dono do dia e da noite – que quase não dormia mais: sempre se
levantava no meio das estrelas, percorria o arredor, vagaroso, em passos,
calçado com suas boas botas de caititu, tão antigas. Se ele em honrado juízo
achasse que estava certo, Medeiro Vaz era solene de guardar o rosário na algibeira,
se traçar o sinal-da-cruz e dar firme ordem para se matar uma a uma as mil
pessoas. Desde o começo, eu apreciei aquela fortaleza de outro homem: o segredo
dele era de pedra”.
Riobaldo, em Grande
sertão: veredas, de João Guimarães Rosa.
Medeiro Vaz morreu sob chuva torrencial, protegido
pelos couros erguidos pelos jagunços. Antes do último suspiro, indica Riobaldo
para liderar o bando.
Apreciei conhecer este homem que de certa forma nos faz reflectir sobre a nossa condição humana.
ResponderExcluirAbr./Paula
Obrigado, Paula, pela visita e o sempre simpático comentário. Medeiro Vaz é um dos seis grandes chefes. Agora só falta o Riobaldo Tatarana, que nos conta a estória, para fechar o hexagrama.
ExcluirGrande abraço e ótima semana.
Gilson.
Belo texto...Espectacular....
ResponderExcluirCumprimentos
Obrigado pela honrosa visita, Fernando.
ExcluirGrande abraço.
Gilson.