sexta-feira, 6 de maio de 2011

A casa


Os tijolos apareciam em vários pontos da parede, numa espécie de cruz de braços recuados para baixo, formando belo quadro com as grandes janelas de madeira. Toda a construção possuía uma aparência de robustez e leveza difícil de demonstrar. Um dos quartos e a sala de estudos ficavam no piso superior, de janelas amplas e varandas em três dos quatro lados. As pequenas telhas matizadas pelos tons de outros tempos, de barro branco colonial. Dois mognos muito verdes enquadravam todo o lugar e não permitiam a ninguém se esquecer do tempo da vida, mesmo se tratando de um muito simples espaço. O muro era feito com aqueles mesmos tijolinhos que se podiam ver em vários pontos das paredes. Lá de cima os olhos podiam se alongar em direção à cidade e poderiam ver também a calçadinha ali embaixo, com pequeninas cerâmicas marronzinhas, quase vermelhas e com relevos de linhas retas, vindas do interior de Minas e de um passado distante, quando eram comuns. O portão de ferro estava pintado de um verde no tom das águas limpas dos sonhos. Em todas as janelas, flores.
Desceu do carro hoje, alguns anos antes, e entregou ao agrimensor o mapa com detalhes de engenharia e arquitetura, expedido pela prefeitura. Isso para a tarefa necessária de medição técnica do terreno, trabalho dificultado pelo mato forte que crescia na terra limpa do campo.

Imagem: Google images.

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