segunda-feira, 23 de maio de 2011

Giros e explosões


Um dia, depois de ter ajudado num parto, Riobaldo disse: “Minha Senhora Dona: um menino nasceu – o mundo tornou a começar!...". Se existisse o giro do mundo, orbitava era em torno do homem humano. A questão é que parece que o mundo pipoca, como os meninos e meninas rebentam. Minúsculas faíscas ou tremendos raios, mas sempre simples fenômenos, instantâneos de milionésimos que enchem a todos de incerteza, essa, sim. A única duração possível é a arquetípica, presunção coletiva do archote passando de mão em mão. Nisso talvez esteja certo Riobaldo, pois teria rebentado mais um para carregar o fogo da consciência do mundo, que, até onde a consciência do mundo sabe, habita o homem. Por outro lado, é a única garantia de manter um mínimo nada de informação: permanecer aqui, fora do vazio, que preenche praticamente todo o espaço existente. É o que se diz.

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