domingo, 3 de abril de 2011

Yerma VII - Acto primero, cuadro segundo


Yerma vai levar comida ao marido no campo e se encontra com a Velha. Angustiada e querendo explicações para o fato de ainda não ter se engravidado, mesmo depois de mais de 2 anos de casamento, questiona insistentemente a Velha, suplica uma explicação, que a outra deve ter, por causa da experiência. A Velha não quer falar, tenta não falar, mas pede menos ingenuidade e insinua que Juan não pode ter filhos ("homem de semente podre"). Yerma reclama que não entende o que a Velha diz. A velha se vai. Conversa com as duas moças, a primeira, com filhos e preocupada com eles, a segunda não os tem e nãos os quer ter (casou-se por obrigação da família). Esta última é filha de Dolores, mulher que conhece remédios contra a pouca fecundidade das mulheres e que Yerma pretende procurar. Encontro com Victor, que vinha cantando ("a sua voz era como um jorro de água", cantando). Yerma devaneia ou delira, como que escutando choro de bebê. Há uma troca de olhares. Entra Juan. Sai Victor. Juan repreende a demora da esposa em voltar para casa. Yerma volta para casa: ela dormirá, enquanto Juan permanecerá toda a noite na roça, protegendo a água dos regadores. "Velando pela água". Água real e água simbólica. Os ladrões roubam a água real de Juan; o destino rouba a água simbólica da fecundidade de Yerma. Por isso ela dormirá: Juan sabe quem o pode roubar a água; a vigília de Yerma não a ajudaria em nada, pois não sabe contra quem luta. Ainda: dormindo, poderá voltar a sonhar com o pastor com o bebê nos braços. A romã de Yerma é sua entrega ao marido, cumprindo sua vocação e seu desejo de cultivar a humanidade.

Imagem: Google images (tela de Ademir Martins).

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