domingo, 5 de junho de 2011

Uma semana exata


Só agora me dei conta: uma semana sem colar nada aqui neste espaço. O que me segurou foram as fatias do bolo de Maria, que o cortara em "longas fatias muito finas". Ver o bolo até que é fácil, pois ele se oferece aos olhos, mesmo aos mais desatentos. As fatias é que são elas. Mais ainda os cortes, as fronteiras. A fronteira é o que faz o diferente estar o mais próximo possível. Quase igual, quase o mesmo. Um entre-lugar, uma sobrecoisa que exige. Quero pensar ainda, numa espécie de resistência, que a fronteira é exigência da gigantização, das imagens diurnas, de ascenção narcisista e megalomaníaca, que já é o seu contrário. Não serve para o mundo subatômico. Quase todo o espaço do universo é composto pelo vazio, pelo nada. No macro e no micro, que tudo é o mesmo até onde se sabe. O espaço está cheio de vazios. Vazios de imaginação material. De novo Narciso. Só agora me dei conta: uma missa encontrou a outra, neste domingo da Ascensão.

Imagem: Google images (desenho de Poty).

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