quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Caminhozinhos...



Estrada no noroeste de Minas Gerais. Lá no fundo, o céu da Bahia.

Peço desculpas por tanto tempo sem atualizar esta página. Razões haveria mas, claro, todas, ou quase, desconheço.

Melhor mesmo é acreditar em bois voadores.
Não mamíferos...
  
Que a vida é uma viagem, já muito se disse. Não deixa de ser trabalho, posto que o ser não escapa considerar-se a si mesmo a partir do entorno social em que está inserido e, desse ponto de vista é que começa a atuar, a se formar. Qualquer grupo social estará, primeiro, em busca das condições mínimas de subsistência material, e envolve nesse esforço todos os seus membros. O teatro, muitas vezes, já o sabia o jovem Wilhelm Meister nas páginas brilhantes de Goethe, é espaço privilegiado para colocar em prática o ser e o parecer, livre das amarras e das imposições de classe. Mas a vida é viagem! 

Uma forma de viajar é a tradução, quando se concebe a formação como jogo entre o mesmo e o outro, o estranho, o estrangeiro. Não nos esqueçamos de que acessar uma língua estrangeira é acessar o outro e, como ocorre tantas vezes, reconhecermo-nos nele, ao menos em parte. Assim, se a vida é tradução, ainda é viagem. 

Como me ensinou o Prof. Mazzari, a palavra alemã bildung, tão ampla e de difícil tradução, está intimamente ligada à Paideia dos gregos e a humanitas latina. Aqui temos “imagem”, “formação”, “imitação”, e tudo isso no aspecto individual e coletivo, mas a dificuldade da tradução está relacionada a viagens difíceis. Uma das mais difíceis é a viagem ao outro. Traduzir do alto original, do divinal ou do mundo dos arquétipos, ou traduzir outro ser em nós mesmos, se é viagem difícil, faz, ainda mais, da vida uma emocionante viagem. 

Esta é a primeira de algumas das últimas postagens deste “espaço imaginário”, que nasceu em 27 de fevereiro de 2011, com o objetivo específico de acompanhar as angústias, medos e outros horrores durante a minha formação no curso de mestrado em literatura. O blogue nasceu das minhas necessidades de formação e esta viagem continua, mas encerra-se um ciclo. Terminou mas, fato estranho: eu estive sempre muito ligado a este “espaço”, agora o blogue me deixou sozinho. Creio que, no fim, a “culpa” seja mesmo minha: fiz nascer com “prazo de validade” este imagina2013. Já me sinto un pajarito o un caminito triste entre o amor e a saudade, essas duas insustentabilidades.

Imagem (primeira foto postada) e texto: Gilson.


Um comentário:

  1. Passando para deixar meus votos de um feliz 2014. Os blogs só sobrevivem se o autor for viciado em postagens... O meu também está devagar. Acho que estou num período de abstinência. Mas sem o blog, como vou encontrar meus amigos blogueiros? Eis aqui um bom motivo para dar um "up " em 2014.

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