sexta-feira, 22 de novembro de 2013

[ela], no entanto, se move...

Um Rio Preto corre para o Paracatu, que corre para o São Francisco...

A ventania movimenta a água desses dias líquidos, dessa vida liquefeita... Assim nada poderia mesmo durar: a solidez não está nesses elementos, nem no ar nem na água nem no fogo. Mas pode o sólido ser obtido por meio deles. A água tanto rola tudo e alisa que endurece. O fogo aquece e seca e faz durar. Quem quer, no entanto, relações assim, duras, lisas, secas, ainda que sólidas? Antes de tudo deveria estar o movimento: Hermes comandando a canção, sopro harmonioso e movente. Alisa, quebra e religa. Um rio nasce, mas não corre para a morte: vai para a barra, transformar-se em rio maior, águas mais. Nunca demais.


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Título: Diz-se que frase de Galileo.
Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Preto_%28rio_de_Minas_Gerais%29.
Texto: Gilson.

4 comentários:


  1. Correndo, mesmo que recorrendo a uma aparente calmia... " [ela], no entanto, se move ". Só o olhar atento a pequenos nadas nos dará respostas...

    Beijinho, Gilson.

    Laura

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  2. Que lindo amigo Gilson, adorei, parabéns, vou guardar esta, o rio não morre transforma-se em águas maiores! Abraçoss

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  3. Belo texto,sujeito a muita reflexão.A vida em si não nos traz muita solidez em quase nada.O movimento que damos á ela é que permite transformações que comandam o seu ritmo e nos levam á estar preparados ou não para encarar as ventanias,o fogo, as águas amenas ou turbulentas.........E o rio ,continuará sempre correndo..........Grande abraço .SU

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  4. Adorei o texto!
    Obrigada pela partilha!!

    Bjinhos
    http://queriadeti.blogspot.pt/

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