Em cena, Joana de Áustria (ou Joana de Espanha ou Joana de Habsburgo) (mãe de D. Sebastião), a Rainha Isabel (sua mãe) e Francisco de Gandía (São Francisco de Borja):
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"Viste as duas faces de Jano, disse ele. 'Agora precisas de saber qual é a verdadeira.'
'Não são sempre as duas', riu Isabel, dia sim, dia não?'. E ficou a sorrir para além das palavras.
Mas Joana tinha uma imaginação mais literal do que a mãe:
'Quais? Também temos?'
(...)
'Por vezes é necessário saber escolher', disse finalmente Francisco como se em resposta à pergunta de Isabel, que não era pergunta, é à pergunta de Joana, para a qual não era resposta.
'Sim, deves ter razão. Também já disse à minha Joana. É preciso saber escolher entre o que se deve lembrar e o que se deve esquecer.'
'Não foi isso que eu disse.'
'Ah, não?' E Isabel riu de novo aquele sorriso só dela que mesmo naquela casa sem risos se tornava logo de todos."
HELDER MACEDO, em Vícios e virtudes.
Cierto, siempre se debe escoger entre lo que hay que escoger y lo que hay que olvidar.
ResponderExcluirUm abraço.
Escolha nem sempre consciente, não é mesmo, amigo Pedro?
ExcluirAbraços e muito obrigado pela honrosa visita.
Gilson.
Jano e a eterna instabilidade do Ser. Ser ontem e Ser amanhã. E Ser hoje, como é importante, Gilson!
ResponderExcluirA guerra de ter sido (Ser) abre-nos as portas, enquanto que a paz angustiada do futuro no-las fecha. Onde nos situamos? Talvez naquele húmus que nos permite caminhar e, sobretudo, reconhecer-nos.
Beijo
Laura
Laura, nem imagina o quanto me alegra sua visita e eu poder responder ao seu comentário, que tanto honra este espaço.
ExcluirPensava eu, quando anotei trecho do romance de Helder Macedo no problema do sebastianismo, ou de nossa decisão, o quanto possível deliberada, por esperar algo que consideramos importante para nos tirar de situações desagradáveis as mais diversas. Trata-se-ia de uma espécie de construção consciente da memória, mas que não nos levasse necessariamente para o saudosismo. Pelo contrário, que insinuasse um futuro regenerado pela recuperação de algo que foi (e ainda é bom na memória das pessoas) a partir de uma ação externa. E você, se não estou enganado, tem falado bastante numa específica situação desagrável por que vive Portugal.
Beijo.
Gilson.
As duas faces de Jano não chegam a dar conta das faces que assumimos. Será a face que nós acreditamos ser a verdadeira, apenas a que assumimos perante o inevitável? Existirá realmente uma verdadeira face ou diversas que se materializam ao sabor do momento vivido?
ResponderExcluirAbraço, boa semana.
Jane, sempre me honra e engrandece este humilde espaço com suas visitas. Em se tratando do tempo, fico com as duas faces. Uma se convertendo na outra na intuição do intante. O problema aqui é a memória. E creio, em se tratando de memória, que o tempo é mesmo uma redução. Eu não consigo me lembrar de tempo algum. Eu me lembro de espaços vividos, como sugere Bachelard. O livro de Proust deveria ter se chamado "Em busca do espaço perdido".
ExcluirGrande abraço e bom complemento de semana para vc também. Queria muito poder responder a todos os comentários, as verdadeiras riquezas deste espaço aqui.
Volte mais.
Gilson.
Bom dia, Gilson querido!!! Ah! Seu Texto me põe para refletir. "É preciso saber escolher entre o que se deve lembrar e o que se deve esquecer". Quantas vezes não identificamos entre as várias faces a verdadeira! E quantas vezes deixamos os outros, quem sabe confusos quanto à nossa verdadeira face. São as instabilidades do Ser... E como é difícil reconhecer a verdade que tentamos encontrar ou descobrir em alguém. Às vezes essa resposta tão aguardada é coisa só nossa...
ResponderExcluirCopiei e colei em meu Blog e agradeci, viu?
Muito grata pela visita e gentil comentário. Seu trabalho é muito importante. Seu cantinho é muito fofo rsrs.
Beijos de uma semana abençoada.
Obrigado pela visita e comentário, Aparecida. Quanta honra.
ExcluirTodo o mérito a Helder Macedo, que, quando trata da memória em seus textos, dilui ou refaz, de forma absolutamente nova, os limites entre os fatos e as invenções.
Grande abraço e volte sempre. Esta casa é sua, muito mais que minha.
Gilson.
Gilson, no es fácil elegir lo que se debe recordar y lo que se debe olvidar.Tu texto nos lleva a reflexionar sobre el equilibrio entre lo deseable y lo que la voluntad o la razón termina imponiendo.
ResponderExcluirGracias por compartir estos pensamientos.
Un abrazo
Gracias, Felicidad!!
ExcluirAinda mais quando sabemos que não é apenas a nossa vontade ou nossa razão que nos impõem situações. Mais um pouco de Macedo:
"Quarenta e oito anos de vampiros sonâmbulos foram tão contagiosos que os portugueses até acreditaram que tinham feito uma revolução pacífica, de brandos costumes. E ao mesmo tempo também diziam que a revolução tinha sido feita nas colónias, sem notarem a contradição. Um pingo de napalm para cada cravo vermelho? E depois alguns estertores entre o Já Já Já e os Nunca Nunca Nunca, ocupações no Sul e cacetadas ao Norte para desopilar o fígado, mais ou menos toda a gente acabou por concordar que assim é que tinha sido bom, rumo ao futuro e à Europa connosco, porque agora somos todos brancos e os pretinhos
que se lixem. (Helder Macedo, em Pedro e Paula).
Receba um grande abraço e um pedido para que volte mais vezes.
Gilson.
No sé si he entendido muy bien el texto,amigo mío...ya sabes, el Traductor no ayuda mucho.
ResponderExcluirCasi siempre las cosas tienen dos caras (las dos caras de la moneda, como se dice), y elegir lo más apropiado es nuestra elección de vida. De nuestras decisiones depende la calidad de nuestra vida, sin dudas.
Abrazos grandes, y gracias por tu visita!
Maritza, quanto lamento não ter podido visitá-la sempre, todos os dias.
ExcluirVocê honra este espaço simples com sua visita e seu hermoso comentário.
Abrazos grandes.
Gilson.
Ola Gilson que tal. Escolhemos sempre, todo tempo... e que escolhemos? geralmente o sentimento, nao? por lo menos a mi so emocao me mantem viva...
ResponderExcluirQuerido amigo lhe enviou uma saudacao e dizer que foi um prazer conhecerte este ano. Desejo que voce tenha um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo com muito amor e felicidade. Um abraco.
Muchas gracias por tu visita, Carolina.
ExcluirE um comentário encantador! Desejo também eu s você: Feliz Navidad e excelente ano de 2013.
A honra foi minha de tê-la conhecido (ainda que virtualmente) neste 2012, que se vai.
Abraços.
Gilson.
Ola gilson, muito obrigada pela tua visitinha no meu blog,
ResponderExcluiro sentimieto é o más importante da vida.. máis no sempre é acertado...
Bom día...
Ola meu querido amigo,texto para refletir.È muito certo escolher o que queremos lembrar e o que queremos esquecer,mas a mente as vezes faz justamente o contrário.Lembrando também que o ser humano apresenta muitas vezes sentimentos dubios em seu interior.Adorei tua visitinha e deixo aqui meu maior abraço.SU.
ResponderExcluirSuzane, obrigado pela ilustre presença.
ExcluirA memória não tem nada a ver com o tempo, não é mesmo? Os fatos mudam de lugar, e ocupam um espaço que é deles por direito, sem que conheçamos as razões. Quase sempre é assim... Eu acho.
Grande abraço.
Gilson.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirVoltaste em boa hora.
ExcluirEm Minas, porém, iriam corrigir você: a forma correta do verbo é "faiar", rs.
Abraço.
Gilson.
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ExcluirQuantas barreiras vencemos
ResponderExcluirno decorrer desse ano.
Quantas ficaram para resolver
no próximo ano.
Quantos amizades eternas eu conquistei
quantos se perderam no meio do caminho.
Existe amizades eternas também as passageiras
aquelas que enche nosso coração
de alegria e depois parte.
Enfim é quase Natal numa prece silênciosa
permaneço orando com fidelidade por cada amigo(a)
Desejo a você nesse Natal muita paz e muita luz.
Não são os presentes que me fascina ,
mais o aniversário de Jesus.
Um abençoado final de semana.
Beijos no coração e carinhos na alma.
Evanir.
Quanta saudades !!
Me ha gustado mucho tanto la entrada como los comentarios, todo es para reflexionar. Muchas gracias. Besicos.
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