Outro dia alguém, um jovem, me
disse que eu não existia. Eu, sem responder, continuei pensando e sentindo. É
fato: perdemos a capacidade de acessar as coisas em si. Jamais saberemos
o que é um rio, uma vaca, uma caneta, uma chuva... Algo se colocou entre nós e o
mundo desde a “queda”, ou desde que “tiramos o pé da floresta”. Desde então o
externo a nós é um completo mistério, a que só temos acesso pelo conhecimento a
posteriori, ou seja pelos fenômenos que nos intimam os sentidos. Nossos
sentidos, porém, possuem outras formas de realizar em pensamentos a construção
de seus conceitos. São as formas a priori dos conhecimentos, formas
puras que antecedem e servem de suporte às demais. São a base da “estética
transcendental” de Kant. No fundo são essas formas a priori, uma
espécie de super-espaço subjetivo, que “permitem” que acessemos o mundo
exterior a nós e mesmo nós mesmos, posto que também somos coisas em si,
tudo falsamente objetivo. Enfim, fica fácil compreender, por esta perspectiva,
que nada, absolutamente nada, pode existir sem que seja, antes, representação.
Daí se dizer que o homem não escapa de sua condição simbólica. Eu e o mundo só
existimos na medida da representação que faço de mim e do mundo. Ainda anoto
que o espaço é a forma a priori do antidestino,
função fantástica da imaginação. Ah, o jovem, porém, sentenciava a minha
“inexistência” devido ao fato de eu não possuir uma conta no facebook. Devo
confessar que, nesse caso, fiquei até satisfeito.
Texto e imagem: Gilson.
Hay existencias un tanto "latosas y llenas de complicaciones" como son las Redes sociales.
ResponderExcluirMuy buen Post que ayuda a la Meditación después de leer el Mensaje.
Abraços.
ResponderExcluirTive de me rir! :))
Ai este mundo 'a priori'...
Beijo
Laura
Gilson, interesante reflexión sobre lo que se entiende hoy por existir o no, ser una representación o un símbolo. Las tecnologías, las redes sociales son "a priori" las que parecen indicar lo que existe o lo que no, en función de si estás o no en el circuito de esas redes sociales. ¿La nueva visibilidad?
ResponderExcluirUn abrazo
Olá Gilson! Será que estamos perante a "alegoria da Caverna" de Platão?
ResponderExcluirCá por mim, prefiro ficar com Déscarte e acreditar que "Cogito ergo sum".
Um abraço Vitor
Destaco este trecho: "Eu e o mundo só existimos na medida da representação que faço de mim e do mundo." Se pensarmos que somos mutáveis e transitórios perceberemos que haverá diversas representações de mundo e de ser. Estaremos sempre criando e recriando nosso espaço. Gostei muito de seu texto. Abraços.
ResponderExcluirUn excelente reflexión para los días que nos toca vivir, es necesario plantearse ciertas verdades actuales...
ResponderExcluirtodo no gira alrededor
de los medios, existe una gran riqueza interior que al parecer no interesa que se fomente.
Siempre un placer visitarte.
Un cariñoso abrazo, Pilar
Boa revisitação... :)
ResponderExcluirAbraço, Gilson