Já nem me assusta mais.
Acordo de manhã, assim, assim...
Calculo uma cara pra mim.
Dispenso olhar para o espelho...
Posso saber, com alguma chance de acertar,
que não serei eu que estarei lá refletido.
De tudo que escrevo e penso,
imensamente muito mais esqueço ou descarto.
Fico tentando me convencer de que, de fato, este que ficou ao largo é que sou eu.
Por isso já nem olho para espelho - ele não me vê.
E digo, placidamente: - Bom dia, estranho.
(Apenas por educação e, devo confessar, por certo respeito ao que esqueço de mim).
Texto e imagem: Gilson.